quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Mercado sob risco


ESTUDO DO INMETRO IDENTIFICA A PRESENÇA NO MERCADO BRASILEIRO DE LÂMPADAS LED COM FALHAS DE DESEMPENHO,  ENTRE OUTROS PROBLEMAS 

Um documento publicado recentemente pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) tem gerado grande repercussão na área elétrica, em particular no segmento de iluminação. 

Trata-se da Nota Técnica Preliminar de Análise de Impacto Regulatório da revisão do regulamento de lâmpadas LED (Portaria Inmetro nº 69/2022), datada de 19 de julho de 2023. 

O documento identifica que existem problemas no mercado, como a oferta de lâmpadas LED com falhas de desempenho e níveis de eficiência energética ultrapassados. A situação pode ser considerada preocupante, uma vez que vem à tona que determinados produtos oferecidos no mercado não atendem os requisitos mínimos de qualidade, eficiência e segurança, podendo expor o consumidor a riscos. 

Confira a seguir um resumo da Nota Técnica e, na sequência, a repercussão da mesma junto a especialistas da área elétrica e entidades do setor de iluminação. A Nota Técnica informa que o mercado regulado de lâmpadas LED envolve aproximadamente 1.204 registros ativos por 213 empresas, contendo 1.173 certificados e 10.803 modelos de 231 marcas. No mercado de certificação foram encontradas 234 empresas envolvidas no processo de certificação (com 119 fabricantes de origem chinesa em um total de 121), 671 certificados ativos emitidos por 15 organismos de certificação de produtos para 6.938 modelos de produtos certificados. 

O volume quantitativo de importações de lâmpadas LED reguladas foi de 236 milhões de unidades em 2022 e representa 83,83% do total de produtos LED para iluminação. Quase 100% das importações têm origem na China. Por meio de informações e dados obtidos em reuniões com representantes das partes afetadas e interessadas, bases de dados e documentos, foram identificados no mercado brasileiro dois principais problemas mais relevantes e suas causas, quais sejam: 

1. Fornecimento de lâmpadas LED reguladas de baixo desempenho, especialmente em eficiência energética e em vida útil: 

- falhas de desempenho: Lâmpadas LED reguladas ofertadas no mercado com falhas de desempenho, especialmente vida útil reduzida e níveis de eficiência energética ultrapassados - falhas na etiqueta: uma etiqueta ENCE não classificatória, em desalinhamento com os programas do PBE, que não permite a fácil comparação de eficiência energética com todos os produtos do mercado no ato da compra e induz à compra de produtos menos eficientes energeticamente 
- falhas de controle pré-mercado com plano de ensaios por família (1 modelo em 5) e de manutenção parcial anual com coleta na fábrica, e adoção de ensaios longos ou que não detectam novos tipos de falhas ou riscos nos produtos, como os que reduzem a vida útil 


- falhas de controle de mercado com fiscalizações técnicas não sistemáticas, sanções que não coíbem as irregularidades e adoção de ensaios longos ou que não detectam novos tipos de falhas ou riscos nos produtos, como os que reduzem a vida útil 

2. Fornecimento de novos produtos de iluminação LED não abrangidos pela regulamentação atual: 

- escopo insuficiente e desatualizado para os objetivos do regulamento, pois não abrange novas fontes luminosas de LED consumidoras de energia e não prevê características novas das lâmpadas LED. Por consequência, muitos novos produtos, como painéis LED, por exemplo, com riscos à segurança não avaliados não estão regulamentados Requisitos exigidos Conforme detalha a Nota Técnica, para efeito da AIR (Análise de Impacto Regulatório), o objetivo do regulamento consolidado pela Portaria Inmetro nº 69/2022 é proporcionar que as lâmpadas LED com dispositivo integrado à base comercializadas no país apresentem requisitos mínimos de desempenho, com foco em eficiência energética, e de segurança elétrica. Destaca-se que os requisitos de desempenho exigidos para lâmpadas LED com dispositivo integrado à base são: 

 - Potência consumida pela lâmpada LED (limite máximo) 
 - Fator de potência atendendo a certos requisitos 
 - Fluxo luminoso inicial medido de uma lâmpada LED (limite mínimo) 
- Temperatura de cor correlata (TCC) nominal 
- Reprodução adequada das cores reais de um objeto ou superfície quando comparada à luz natural 
- Eficiência mínima inicial (lm/W) 
- Equivalência entre os modelos de lâmpadas LED e os modelos tradicionais de lâmpadas incandescentes, quando declarada, deve observar os critérios definidos 
- Lâmpadas classificadas pelo tipo 
- Intensidade máxima inicial, quando declarada pelo fornecedor, deve ser medida (limite de desvio) 
- Ângulo do facho luminoso, quando declarado pelo fornecedor, deve ser medido (limite de desvio) 
- Número mínimo de horas para a manutenção do fluxo luminoso em 70% (L70) 
- Lâmpada deve suportar situações de choque de temperatura e de liga-e-desliga Entre os requisitos de segurança exigidos para lâmpadas LED com dispositivo integrado à base estão: 
- Condições de funcionamento (tensão, temperatura ambiente, instalação em luminárias) 
- Asseguramento da intercambialidade da base 
- Proteção adequada de forma a não possibilitar o contato acidental pelo usuário às partes vivas 
- Compatibilidade eletromagnética 


- Asseguramento de isolação elétrica para que, na temperatura de operação, a corrente de fuga da lâmpada não seja excessiva 
- Base da carcaça da lâmpada presa ao bulbo ou à parte da lâmpada que é utilizada para inserir ou remover a lâmpada 
- Suficiente resistência ao calor das partes de material isolante da lâmpada 
- Suficiente proteção contra a propagação de chama das partes de material isolante da lâmpada Há ainda requisitos de marcação no produto e instruções: 
- As lâmpadas devem ser marcadas de forma clara e indelével pelo fornecedor no produto ou na embalagem com 18 informações especificadas 
- Os manuais de instruções e de instalação quando aplicáveis, bem como todas as informações, devem estar na língua portuguesa 
- As unidades devem ser expressas conforme o Sistema Internacional de Unidades (SI) 

Principais problemas

Principais problemas Segundo a Nota Técnica, os problemas encontrados podem ser categorizados como falhas regulatórias, pois derivam de regras exigidas pelos regulamentos técnicos que não permitem o alcance dos objetivos pretendidos com maior eficiência ou provocam efeitos indesejados. Os principais problemas encontrados foram fornecimento de lâmpadas LED reguladas com baixo desempenho, especialmente em eficiência energética e vida útil, e fornecimento de novos produtos de iluminação LED não abrangidos pelo escopo do regulamento atual. Importante ressaltar que os problemas com lâmpadas LED, infelizmente, não são novidade no mercado. Na verdade, eles têm sido identificados já há algum tempo. Em 2018 foi realizada a primeira divulgação do Plano de Verificação de Conformidade (PVC) para lâmpadas LED, em que foram coletadas amostras de 18 marcas diferentes. Para cada marca, um modelo do tipo bulbo variando de 7 W a 9,5 W foi adquirido no mercado nacional. Os resultados, após a análise dos requisitos técnicos, demonstraram que 83% das marcas avaliadas tiveram pelo menos uma não conformidade, representando 15 modelos não conformes. 

No gráfico 1, são apresentados os percentuais de não conformidades por requisitos (R) avaliados. 

Os maiores percentuais de não conformidade estão na marcação obrigatória da lâmpada (R1), marcação obrigatória na embalagem (R2) e no ensaio de vida da lâmpada (R10). 

Gráfico 1 - Resultados do PVC de 2018 com lâmpadas LED de bulbo

Em 2019 foi divulgado o Segundo PVC de lâmpadas LED. Foram coletadas amostras de 22 marcas diferentes e avaliados 29 modelos do tipo bulbo variando de 7 W a 22 W adquiridos no mercado nacional. O resultado, após a análise dos requisitos técnicos, demonstrou que 83% dos modelos avaliados apresentou pelo menos uma não conformidade, representando 24 modelos não conformes. No gráfico 2, são apresentados os percentuais de não conformidades por requisitos (R) avaliados, e novamente os maiores percentuais de não conformidade foram na marcação obrigatória da lâmpada (R1), marcação obrigatória na embalagem (R2) e no ensaio de vida da lâmpada (R10). Gráfico 2 - Resultados do PVC de 2019 com lâmpadas LED de bulbo


O Segundo PVC também avaliou lâmpadas LED tipo tubulares. Nesse caso foram adquiridas 23 marcas com a potência de 9 W e 10 W. Após a análise dos requisitos técnicos, os resultados demonstraram que 91% das marcas avaliadas apresentaram pelo menos uma não conformidade, representando 21 marcas não conformes. 

No gráfico 3, são apresentados os percentuais de não conformidades por requisitos (R) avaliados, e os maiores percentuais de não conformidade foram na marcação obrigatória da lâmpada (R1), marcação obrigatória na embalagem (R2), limites das correntes harmônicas (R8) e no ensaio de vida da lâmpada (R10).

As falhas mais significativas foram encontradas nos requisitos de marcações, tanto nas marcações obrigatórias das lâmpadas quanto nas marcações das embalagens. Essas falhas foram evidenciadas nos dois PVC realizados, demonstrando que lâmpadas LED reguladas pelo Inmetro apresentam índices de falhas significativos em requisitos visualmente verificáveis nas fiscalizações formais. Quando são analisados requisitos de desempenho das lâmpadas ensaiadas apenas em laboratório, o índice de reprovação é significativo, especialmente no requisito de vida útil. Os PVC demonstram que as lâmpadas LED reguladas, ou seja, certificadas e registradas, apresentam baixo desempenho provocando danos aos consumidores e à concorrência. As causas principais desse problema foram identificadas e agrupadas como falhas de desempenho, falhas da atual etiqueta ENCE, falhas no controle pré-mercado e falhas no controle de mercado. 

Falhas de desempenho 

As falhas de desempenho mais relevantes são as que provocam vida útil reduzida e menor eficiência energética para lâmpadas LED. Vida útil reduzida A vida útil declarada para as lâmpadas LED pode variar dependendo do fabricante e do modelo específico da lâmpada. No entanto, em geral, as lâmpadas LED são conhecidas por sua longa vida útil em comparação com outros tipos de iluminação. 

Experiências de reguladores em outros países concordam nesse aspecto: 

1. Estados Unidos - O Departamento de Energia dos EUA (DOE) estabelece padrões para a medição da vida útil das lâmpadas LED. Os fabricantes devem seguir um procedimento de teste específico e fornecer informações sobre a vida útil esperada de suas lâmpadas na embalagem do produto. Nos EUA, muitos fabricantes de lâmpadas LED afirmam que suas lâmpadas duram entre 25.000 e 50.000 horas. Isso é baseado em testes padrão que simulam o uso típico. 

2. União Europeia - A Diretiva de Design Ecológico da UE estabelece requisitos para a vida útil das lâmpadas LED. Os fabricantes devem fornecer informações sobre a vida útil esperada de suas lâmpadas na embalagem do produto. Na UE, a vida útil declarada para lâmpadas LED é frequentemente semelhante à dos EUA, com muitos fabricantes afirmando que suas lâmpadas duram entre 25.000 e 50.000 horas. 

3. Ásia. Em países asiáticos como a China e o Japão, a vida útil declarada para lâmpadas LED é frequentemente semelhante, com muitos fabricantes afirmando que suas lâmpadas duram entre 25.000 e 50.000 horas. 

É importante notar que a vida útil real de uma lâmpada LED pode ser influenciada por muitos fatores, incluindo a qualidade dos componentes da lâmpada, as condições de uso e as condições ambientais. 

A "vida útil" de uma lâmpada LED é frequentemente definida como o ponto em que a luz que ela emite cai para 70% de seu brilho original, o que significa que uma lâmpada LED pode continuar a funcionar por muito tempo depois de atingir o final de sua vida útil declarada. 

Atualmente é exigido pelo Inmetro que o produto apresente uma manutenção de fluxo luminoso em 70% (requisito L70), ou seja, uma vida útil mínima de 15 mil horas, se for lâmpada decorativa, e de 25 mil horas se for outra lâmpada LED. Porém, os ensaios desse requisito duram no mínimo 6 meses para ficarem prontos. Nesse tempo o fornecedor pode já ter fornecido seus produtos e até saído do mercado, por exemplo. Enquanto a vigilância de mercado depender apenas desse ensaio para identificar possíveis falhas na vida útil e não houver sanções que penalizem proporcionalmente os fornecedores, há enorme risco de inefetividade. 

Relatos de partes interessadas sugerem que a causa de problemas de redução da vida útil nominal da lâmpada está na má qualidade de componentes da lâmpada e que não é detectável pelo ensaio de manutenção de fluxo luminoso. Outros ensaios atualmente não exigidos pelo Inmetro, como o teste de flicker, poderiam detectar essa falha. Uma consequência de produtos com vida útil nominal menor que a declarada é o impacto ambiental do aumento de lâmpadas LED nos aterros sanitários provocado pelo aumento do descarte desses produtos. Outra consequência é o prejuízo ao consumidor que deverá comprar um novo produto antes da vida útil declarada. Níveis de eficiência  energética ultrapassados 

Níveis de eficiência  energética ultrapassados. Foram encontrados indícios sobre como são distribuídos os modelos registrados no Inmetro quanto à sua eficiência luminosa. Em uma amostra de 3.102 modelos de LED incluídos em registros ativos no Inmetro em dezembro de 2022, a eficiência luminosa (lm/W) declarada concentra-se entre 80 e 100 lm/W, como observa-se no Gráfico 4.


Fonte: Nota Técnica de Análise de Impacto Regulatório da revisão do  regulamento de lâmpadas LED (Portaria Inmetro nº 69/2022) Essa distribuição mostra que esses três valores de eficiência energética são escolhidos pelos fornecedores como preferenciais no desempenho dos produtos que oferecem no mercado. Esses valores já estão acima do mínimo que o regulamento exige, conforme Figura 1.

Figura 1 - Tabelas de eficiência mínima de lâmpadas LED na Portaria nº69/2022. Relação de eficiência mínima

Fonte: https://revistapotencia.com.br/

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

AUTOR

 Vivi e vivo anos a fio lidando com tecnologia. Técnico de Eletrônica desde 1972, no tempo em que a válvula termiônica dominava os equipamentos eletrônicos, passei por várias experiência em diversas empresas, onde aprendi e me conscientizei da importância da eletrônica e da eletricidade no nosso dia a dia. Hoje vemos essa evolução, desde os pequenos chips até os microprocessadores, quando equipamentos se tornam cada vez menores e mais confiáveis. Em 1985 já trabalhando na ThyssenKrupp em Barra do Piraí, resolvi me aprimorar mais e ingressei numa Universidade, Severino Sombra em Vassouras, onde cursei Engenharia Elétrica me formando alguns anos mais tarde. Em 1994 ainda pela ThyssenKrupp, trabalhei por tres meses na Alemanha transferindo equipamentos para a fábrica do Brasil. Tive uma empresa, a Padrão Instel, voltada para a prestação de serviços na área de automação industrial. Enfim, tive experiências em vários segmentos da eletrônica - área médica, naval, telefonia, informática, fundição, etc. Hoje, além de lecionar, presto serviços como autônomo executando projetos, manutenção e assessoria na área de eletroeletrônica.Tenho um laboratório eletrônico montado contendo todos os equipamentos necessários para uma manutenção, testes e projetos em geral.

Esse é um resumo da minha vida profissional, para maiores detalhes pormenorizados, veja meu currículo.

Engº Amauri Oliveira

terça-feira, 19 de julho de 2022

Circuito Sequenciador de Luzes

 


Interruptor de Potência com TRIAC

 


Circuito de Luminosidade para Lâmpadas Incandescentes

 


Circuito Controlador de Potência com TRIAC

 


Controlador Lógico Programável

INTRODUÇÃO CONCEITUAL - HISTÓRICO 

O Controlador Lógico Programável (CLP) nasceu praticamente dentro da indústria automobilística americana_ especificamente na Hydronic Division da General Motors, em 1968, devido a grande dificuldade de mudar a lógica de controle de painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Tais mudanaças implicavam em altos gastos de tempo e dinheiro. 

Foi preparada uma especificação que refletia as necessidades de muitos usuários de circuitos à reles, não só da indústria automobilística, como de toda a indústria manufatureira. 

Nascia assim, um equipamento bastante versátil e de fácil utilização, que vem se aprimorando constantemente, diversificando cada vez mais os setores industriais e suas aplicações. 

Desde o seu aparecimento, até hoje, muita coisa evolui nos controladores lógicos, como a variedade de tipos de entradas e saídas, o aumento da velocidade de processamento, a inclusão de blocos complexos para tratamento das entradas e saídas e principalmente o modo de programação e a interface com o usuário. 

DIVISÃO HISTÓRICA 

1a Geração: Os CLPs de primeira geração se caracterizam pela programação intimamente ligada ao hardware do equipamento. A linguagem utilizada era o Assembly que variava de acordo com o processador utilizado no projeto do CLP, ou seja, para poder programar era necessário conhecer a eletrônica do projeto do CLP. Assim a tarefa de programação era desenvolvida por uma equipe técnica altamente qualificada, gravando-se o programa em memória EPROM (Erasable Programmable Read Only Memory, memória somente de leitura programável e apagável. O apagamento é efetuado mediante a exposição de raios ultravioletas.) sendo realizada normalmente no laboratório junto com a construção do CLP. 

2a Geração: Aparecem as primeiras linguagens de programação não tão dependentes do hardware do equipamento, possíveis pela inclusão de um programa monitor no CLP, o qual converte (no jargão técnico, compila) as instruções do programa, verifica o estado das entradas, compara com as instruções do programa do usuário e altera os estados das saídas. Os terminais de programação (ou maletas, como eram conhecidas) eram na verdade programadores de memória EPROM. As memórias depois de programadas eram colocadas no CLP para que o programa do usuário fosse executado. 

3a Geração: Os CLPs passam a ter uma entrada de programação onde um teclado ou programador portátil é conectado, podendo alterar, apagar e gravar o programa do usuário, além de realizar testes (debug) no equipamento e no programa. A estrutura física também sofre alterações' sendo a tendência para os sistemas modulares com bastidores ou racks. 

4a Geração: Com a popularização e a diminuição dos preços dos micros — computadores, os CLPs passaram a incluir uma entrada para a comunicação serial. Com o auxílio do micro computadores a tarefa de programação passou a ser realizada nestes. As vantagens eram as utilizações de várias representações das linguagens, possibilidade de simulações e testes, treinamento e ajuda por parte do software de programação, possibilidade de armazenamento de vários programas no micro, etc. 

5a Geração: Atualmente existe uma preocupação em padronizar potocolos de comunicação para os CLPs, de modo a proporcionar que o equipamento de um fabricante "converse" com o equipamento de outro fabricante, não só CLPs, como controladores de processos, sistemas supervisórios, redes internas de comunicação e etc., proporcionando uma integração afim de facilitar a automação, gerenciamento e desenvolvimento de plantas industriais mais flexíveis e normalizadas, fruto da chamada globalização. Existe uma fundação mundial para o estabelecimento de normas e protocolos de comunicação. 

VANTAGENS DO USO DE CONTROLADORES LÓGICOS PROGRAMÁVEIS 
 
Ocupam menor espaço; 
Requerem menor potência elétrica: 
Podem ser reutilizados; 
São programáveis, permitindo alterar os parâmetros de controle; 
Apresentam maior confiabilidade; 
Manutenção mais fácil e rápida; 
Oferecem maior flexibilidade; 
Apresentam interface de comunicação com outros CLPs e computadores de controle; Permitem maior rapidez na elaboração do projeto do sistema. 


PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO — DIAGRAMA EM BLOCOS  




No momento em que é ligado, o CLP executa uma série de operações pré — programadas, gravadas em seu Programa Monitor: 

- Verifica o funcionamento eletrônico da CPU, memórias e circuitos auxiliares; 
- Verifica a configuração interna e compara com os circuitos instalados: 
- Verifica o estado das chaves principais (Run/Stop, Prog, etc); 
- Verifica a existência de um programa de usuário; 
- Emite um aviso de erro caso algum dos itens acima falhe. 

VERIFICAR ESTADO DAS ENTRADAS  

O CLP lê os estados de cada uma das entradas, verificando se alguma foi acionada. O processo de leitura recebe o nome de Ciclo de Varredura (scan) e normalmente é de alguns micro segundos (scan time). 

TRANSFERIR PARA A MEMÓRIA 

Após o Ciclo de Varredura, o CLP armazena os resultados obtidos em uma região de memória chamada de Memória Imagem das Entradas e Saídas. Ela recebe este nome por ser um espelho do estado das entradas e saídas. Esta memória será consultada pelo CLP no decorrer do processamento do programa do programa do usuário. 

COMPARAR COM O PROGRAMA DO USUÁRIO 

O CLP ao executar o programa do usuário, após consultar a Memória Imagem das Entradas, atualiza o estado da Memória Imagem das Saídas, de acordo com as instruções definidas pelo usuário em seu programa. 

ATUALIZAR O ESTADO DAS SAÍDAS  

O CLP escreve o valor contido na Memória das Saídas, atualizando as interfaces ou módulos de saída. Inicia-se então, um novo ciclo de varredura. 

ESTRUTURA INTERNA DO CLP 

O CLP é um sistema microprocessado, ou seja, constitui-se de um microprocessador (ou microcontrolador), um Programa Monitor, uma Memória de Dados, uma ou mais Interfaces de Entrada, uma ou mais Interfaces de Saída e Circuitos Auxiliares. 




DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS ITENS  

Fonte de Alimentação:  

A fonte de alimentação tem normalmente as seguintes funções básicas: 
 
converter a tensão da rede elétrica (110 ou 220 vca) para a tensão de alimentação dos circuitos eletrônicos, (+ 5 vcc para o microprocessador, memórias e circuitos auxiliares e +/- 12 vcc para a comunicação com o programador ou computador); manter a carga da bateria nos sistemas que utilizam relógio em tempo real e memória do tipo RAM; 

fornecer tensão para alimentação das entradas e saídas (12 ou 24 vcc). 

Unidade de Processamento:  

Também chamada de CPU, é responsável pelo funcionamento lógico de todos os circuitos. Nos CLPs modulares a CPU (unidade central de processamento) está numa placa (ou módulo) separada das demais, podendo-se achar combinações de CPU e fonte de alimentação. Nos CLPs de menor porte a CPU e os demais circuitos estão todos em um único módulo. As características mais comuns são: 

- microprocessadores ou microcontroladores de 8, 16 ou 32 bits; 
- endereçamento de memória de até 1 Mega Byte; 
- velocidades de clock variando de 4 a 1000 Mhz; 
- manipulação de dados decimais, octais e hexadecimais. 

Bateria:  

As baterias são usadas nos CLPs para manter o relógio em tempo real, reter parâmetros ou programas (em memórias do tipo RAM), mesmo em caso de energia, guardar configurações de equipamentos, etc. Normalmente são utilizadas baterias recarregáveis do tipo Ni-Ca ou Li. Neste caso, incorporam-se circuitos carregadores. 

Memória do Programa Monitor:  

O programa monitor é o responsável pelo funcionamento geral do CLP. Ele é responsável pelo gerenciamento de todas as atividades do CLP. Não pode ser alterado pelo usuário e fica armazenado em memórias do tipo PROM (programmable read-only memory, ou seja, memória programável só de leitura), EPROM (erasable programmable read-only memoty, é um tipo de chip de memória de computador que mantém seus dados quando a energia é desligada) ou EEPROM (de Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory é um chip de armazenamento não-volátil, ao contrário de uma EPROM, uma EEPROM pode ser programada e apagada várias vezes, eletricamente). Ele funciona de maneira similar ao sistema operacional dos microcomputadores. E o programa monitor que permite a transferência de programas entre um microcomputador ou terminal de programação e o CLP, gerenciar o estado da bateria do sistema, controlar os diversos opcionais, etc. 

Memória do Usuário: 

É onde se armazena o programa da aplicação desenvolvido pelo usuário. Pode ser alterada pelo usuário, já que uma das vantagens do uso de CLPs é a flexibilidade de programação. Inicialmente era constituída de memórias do tipo EPROM, sendo hoje utilizadas memórias do tipo RAM (cujo programa é mantido pelo uso de baterias), EEPROM e FLASH-EPROM, sendo também comum o uso de cartuchos de memória, que permite a troca do programa com a troca do cartucho de memória. A capacidade desta memória varia bastante de acordo com a marca/modelo do CLP, sendo normalmente dimensionadas em passos de programa. 

Memória de Dados:  

É a região de memória destinada a armazenar os dados do programa do usuário. Estes dados são valores de temporizadores, valores de contadores, códicos de erro, senhas de acesso, etc. São normalmente partes da memória RAM do CLP. São valores armazenados que serão consultados e ou alterados durante a execução do programa do usuário. Em alguns CLPs, utiliza-se a bateria para reter os valores desta memória no caso de uma queda de energia. 

CLP Zelio Soft Schneider