Campainha Acionada do Carro



Você chega em casa e a porta da garagem está fechada. Além de não existir controle remoto, chove muito. Não é preciso dizer que, se você não usa a buzina (que pode ser inconveniente se for tarde da noite) vai ter de se molhar para tocar a campainha ou abrir a porta. 

Uma solução que evita este problema e até se torna confortável em outras condições de tempo é o acionamento a partir do carro da campainha de sua casa: alguém pode lhe abrir a porta ou até trazer um guarda-chuva. Este é o projeto que mostramos neste post.

Descrevemos neste post um simples automatismo que pode ser instalado na entrada de sua garagem e que permite o acionamento de uma campainha interna com um simples toque no interruptor do farol. 

Com uma piscada de curta duração ocorre o acionamento do relé e com isso a campainha é acionada. Alguém pode lhe trazer um guarda-chuva ou simplesmente abrir a porta da garagem. Até mesmo o acendimento automático da luz da varanda pode ser agregado ao circuito, para maior comodidade. 

O circuito é alimentado pela rede de energia e tem um consumo muito baixo, o que permite que ele fique permanentemente ligado, sem problemas de aumento sensível na conta de luz no final do mês. 

A sensibilidade do sensor é excelente, o que facilita seu posicionamento no sentido de captar apenas a "piscadinha" do farol de seu carro e não a passagem de outros veículos pela rua ou mesmo um relâmpago durante uma chuva. 

O relé usado pode controlar cargas de até 10 A e a temporização pode ser ajustada na faixa de alguns segundos a mais de 5 minutos, dependendo do que se deseja acionar. Os leitores mais habilidosos podem até usar o sistema para acionar um mecanismo de porta automática de garagem.

Características: 

- Tensão de alimentação: 110/220 Vca. 
- Potência consumida em espera: menos de 5 W 
- Temporização: 5 segundos a 7 minutos (tip) 
- Corrente máxima controlada: 10 A

COMO FUNCIONA

A ideia básica é muito simples e emprega um componente que pode ser encontrado com muita facilidade no mercado (condição importante nos dias de hoje em que os componentes estão ''rareando" nas lojas). 

O circuito integrado 555 é ligado como monoestável e o tempo em que sua saída permanece no nível alto depende do ajuste de P2 e do valor do capacitor C. Na verdade, C1 pode ter valores entre 10 pF e 1000 pF dependendo da aplicação que o leitor pretenda dar ao aparelho. 

O disparo do circuito integrado 555 é obtido quando seu pino 2 é levado ao nível baixo. Ligamos então este pino a um divisor de tensão formado por P, R, e pelo sensor. Desta forma, com o sensor no escuro (ou recebendo pouca luz), a tensão no pino 2 do circuito integrado se mantém num valor relativamente elevado. 

Com a iluminação momentânea do sensor, sua resistência cai e com isso a tensão no pino 2, o que provoca o disparo do circuito integrado. Veja que, mesmo que o pulso de estímulo do sensor dure pouco, havendo o disparo do monoestável, sua saída vai ao nível alto e se mantém pelo tempo programado. 




LISTA DE MATERIAL 


Na saída do 555 ligamos um transistor que faz o acionamento de um relé. Com a ida da saída do circuito integrado ao nível alto, o transistor satura e com isso o relé é energizado, permanecendo assim pelo tempo programado por P2. Entre os terminais A e B dos contatos do relé podemos ligar uma campainha, caso em que o ajuste de P2 deve ser feito para um tempo curto (tempo de toque). Também podemos ligar estes pontos em paralelo com o interruptor de luz da varanda, caso em que ela acenderá com o disparo. Para esta aplicação, o ajuste de P2 deve ser feito para um tempo bem maior. Como o circuito não é crítico, não é preciso usar uma fonte estabilizada.
 
MONTAGEM 

Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho. A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 2. 


Para maior segurança, recomendamos usar soquete DIL para o circuito integrado. Os resistores são todos de 1/8 W ou maiores e os diodos admitem equivalentes. O sensor é um LDR redondo comum, pequeno ou grande, o qual deve ser instalado num tubinho opaco de pelo menos 10 cm de comprimentc de modo a "pegar" a luz apenas da direção em que está o carro.

Esta diretividade é importante para impedir que o sensor capte luz de outras direções, o que poderia provocar o acionamento errático do aparelho. Na verdade, se isso tender a ocorrer com pulsos de curta duração, como por exemplo, os provocados por relâmpagos, ligue em paralelo com sensor um capacitor de 10 pF a 100 uF. Os capacitores devem ter uma tensão de trabalho de pelo menos 16 V e o transformador uma tensão de secundário de 6+6 V com pelo menos 300 mA. O conjunto pode ser instalado numa caixa plástica longe do LDR e os fios de acionamento para a lâmpada externa ou campainha também podem ser longos.





PROVA E USO 

Na figura 3 damos uma sugestão sobre o modo de fazer a instalação do aparelho com destaque para as conexões dos pontos A e B a uma campainha. Para provar o aparelho, inicialmente coloque P2 na posição de menor temporização (menor resistência). Ligue uma carga ao relé de modo a poder monitorar seu funcionamento. Ajuste então P1 para obter o acionamento do relé pelo flash de uma lanterna comum. Comprovado o funcionamento, faça a instalação, posicionando o sensor de modo que ele receba apenas o flash do farol do carro, no momento em que ele "apontar" para o portão de entrada, evitando focalizar outras fontes de luz que possam causar o acionamento errático, conforme figura 4. Ajuste agora P1 para ter o acionamento com o farol do carro e depois P2 para a temporização conforme a carga acionada. Depois disso é só usar o aparelho, mantendo-o ligado quando você estiver fora e existir alguém para poder ajudá-lo quando chegar. 

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