Pensaram que eu não ia mais aparecer? Engano de vocês, sempre estarei por aqui, aliás esse blog completou em maio, seis anos de existência, ele foi criado em maio de 2007.
Desde lá muita coisa mudou, aparência, designer, conteúdo, enfim, é uma constante mutação, assim como a nossa vida é, estamos sempre renovando, tentando melhorar de algum jeito.
Meu papo hoje é sobre um componente super interessante e importante no nosso meio - o fabuloso "555". Sempre que leciono alguma matéria onde eu possa introduzir esse componente na matéria, eu o faço. Meus ex alunos que estejam lendo esse texto, devem se lembrar das minhas aulas sobre o "555", principalmente quando o assunto era Eletrônica Industrial.
Considero esse componente ("555") e o 741, amplificador operacional, de suma importância, inclusive meu projeto final da faculdade, falando sobre sistemas de controle, ou servomecanismo, foi usado um circuito eletrônico, em que eu utilizava apenas o 741. Em outros posts vou encher o blog de assuntos sobre 741.
Ainda sobre esses dois componentes, o 555 e o 741, no meu tempo de indústria, fiz manutenção em um equipamento que realizava medição de umidade para areia de moldação, usado numa fundição, esse aparelho de origem alemã era fabricado pela Lippke. Esse equipamento era baseado em amplificadores operacionais e utilizava alguns 555.
Um fato interessante, esse componente, o 555, foi lançado no mercado quando eu estava me formando em técnico de eletrônica, em 1972...rsrsrs. Por que eu ri? Alguns vão pensar, nossa!!! como o professor é velho, nem tanto assim, 1972 foi outro dia, se você pensar na existência da Terra. Concorda comigo? Pare pra pensar e veja!!!
Voltemos ao nosso assunto, deixemos de lado essa "coisa" de idade, idade é questão de cabeça e me sinto a cada dia que passa mais jovem, vou acabar virando bebê novamente...rsrsrs.
Vou passar pra vocês o mesmo texto, desenhos e circuitos que eu passei ou passo pros meus alunos, bem explicativo e maceteado. Aqui vale um parenteses. Não sou de complicar as coisas, por experiência própria vivida em chão de fábrica, certo conceitos e certas deduções matemáticas pouco valeram para projetos ou soluções de problemas. Basta que saibamos como aquele equipamento funciona ou aquele componente se comporta diante de certas situações. Sempre tomo como exemplo o nosso aparelho digestivo, sei que temos que nos alimentar todos os dias para mantermos vivos e saudáveis, mas pouco me importa o que ocorre aqui dentro de mim, isso é coisa para especialista do ramo, no caso os médicos.
O mesmo ocorre num cabo elétrico, onde eu sei que milhões de elétrons o percorre, mas não estou interessado em saber quantos elétrons passam por um ponto qualquer, isso serve para o Coulomb que determinou a unidade de carga - 6,28 x (10) elevado a 18 elétrons. Interessante isso, se alguém quiser constatar e contestar o Sir Coulomb, só em outra encarnação, pois o mesmo faleceu faz tempo...rsrsrs. Saibamos apenas que 1 C/s = 1 A.
Na faculdade eu sempre contestava os professores que iam fundo nos assuntos, eu sempre retrucava dizendo - "Vocês querem saber o sexo dos elétrons", não precisa tanto, não vou ser cientista, nem ph de nada, serei apenas um engenheiro.
Então o que vocês precisam saber? Diante de um problema, ou diante de algum projeto que queiram fazer, saber qual componente usar, e como projetá-lo, isso é o necessário e o indispensável para obter êxito, vai na minha que vocês vão bem, podem acreditar...
Depois desse blá-blá todo, vamos ao que interessa:
CI 555
I - APRESENTAÇÃO
- muito versátil
- longas aplicações industriais
- baixo preço unitário
- lançado em 1972
- fabricantes: Motorola - MC1555
Signetics - SE555 ou NE555
Texas - SN52555 ou SN72555
- imunidade à variações de temperatura e de tensão de alimentação
- encapsulamento: dual in line e metálico
- drena correntes de até 200 mA (adota-se 100 mA como valor típico de projeto para a máxima corrente de saída).
- tensão de alimentação: 4 a 18v.
I.1 - PINAGEM
Pino 1 - Para as configurações monoestável e astável, será de 0v.
Pino 2 - Possibilita o circuito integrado ficar no ciclo ativo (nível lógico de saída alto) cada vez que neste pino aplicamos um nível de tensão inferior a 1/3 da tensão de alimentação. Esta entrada é sensível a níveis baixos de tensão aplicados à ela.
Pino 3 - Corresponde à saída dos sinais gerados pelo circuito integrado. Quando está ativo esta saída assume um valor muito próximo à tensão de alimentação (nível alto de saída). Quando em repouso esta saída assume praticamente zero volt, indo assim para nível lógico baixo.
Pino 4 - Faz com que o circuito integrado retorne ao estado de repouso (nível lógico baixo) se levarmos esta entrada a nível lógico baixo. Esta condição se permanecerá assim, independentemente das outras entradas, enquanto esta entrada estiver em nível lógico baixo.
Pino 5 - Esta entrada é destinada a realizar desacoplamento dos resistores R internos evitando ruídos; permite ainda que sejam alterados os níveis de referência, em tensão, para cada um dos comparadores que compõe o integrado, possibilitando a realização de modulação de sinais.
Pino 6 - Esta é uma das entradas do comparador superior que permite levar a saída para nível lógico baixo. O reset é conseguido pela elevação da tensão a um nível superior a 2/3 da tensão de alimentação.
Pino 7 - Este terminal é usado para descarregar o capacitor de temporização externo durante o tempo em que a saída está baixa. Quando a saída estiver alta, o pino 7 age como um circuito aberto e permite que o capacitor se carregue num tempo determinado pelos resistores e capacitores externos.
Pino 8 - Utilizado para alimentação do circuito integrado, podendo situar-se entre 4 e 18 voltas.
"CONFIGURAÇÕES DO 555"
- monoestável (temporizador, gerador de um pulso com duração pré-estabelecida).
- astável (oscilador com uma frequência desejada).
I.2 - FUNCIONAMENTO COMO MONOESTÁVEL (TEMPORIZADOR)
Com apenas dois componentes externos ( R1 e C1) necessários à temporização, esta configuração é tida como muito simples. O capacitor C2 (pino 1), omitido no desenho, é necessário apenas para evitar eventuais ruídos, sendo que o valor recomendado na prática situa-se em torno de 10KpF. Enquanto a tensão do terminal de entrada de disparo (pino 2) não atingir pelo menos 1/3 Vcc, a tensão de saída (pino 3) permanecerá em repouso. Uma vez atingido nível de disparo, a tensão de saída permanecerá em nível alto ( aproximadamente Vcc) até que o capacitor C1, atinja um valor igual a 2/3 Vcc. Feito isto a saída retornará ao repouso e permanecerá neste estado até que novo pulso de disparo seja aplicado no pino 2 (trigger).
A equação seguinte relaciona os valores de R1 e C1, resultando no período de temporização T.
T = 1,1 x R1 e C1
Valores práticos R1 e C1: Valores máximos: 14Mohms e 1KpF
Valores mínimos: 10Kohms e 100pF
I.3 - FUNCIONAMENTO COMO ASTÁVEL (OSCILADOR)
Considerando-se C1 inicialmente com uma tensão baixa (menor que 1/3 Vcc), isto faz com que o temporizador seja gatilhado através do pino 2, levando a saída a nível alto.
Assim o capacitor C1 é carregado via R1 e R2. Quando este atinge 2/3 Vcc a saída vai para nível baixo, fazendo que C1 comece a se descarregar para terra via R2. Assim que se alcança 1/3 Vcc o temporizador é gatilhado novamente e tem-se início a outro ciclo.
Equações para o modo Astável:
T1 = 0,693 x (R1 + R2) C1
T2 = 0,693 x R2 x C1
f = 1 / (T1+T2) = 1 / T
Ciclo de Trabalho = (T1 / T) x 100%
Nota: O ciclo de trabalho se aproxima tanto mais de 50% quanto menor for R1 em relação a R2.
Valores práticos R1, R2 e C1:
R1 + R2 = de 10Kohms e 14Mohms
C1 = de 100pF a 1kpF
Tá aí pessoal, uma palhinha do "555", temos muito ainda a conversar sobre esse circuito integrado, virão outros posts sobre esse fabuloso "555", inclusive circuitos práticos para o pessoal montar e usar.
Um abraço a todos e até breve.
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