Decidi apresentar brevemente a minha experiência como estudante de Cálculo I no segundo semestre de 2011 da Universidade Federal de São João del-Rei.
Antes de ingressar na universidade, eu já tinha, muito ligeiramente, a ideia do que é o cálculo. Já havia sido introduzido às derivadas, mas sem detalhamento. Lembro que os primeiros dias de aula atiçaram a minha curiosidade, principalmente porque acabei sendo iniciado de uma forma envolvente à linguagem matemática.
A elucidação, em matemática, é realmente algo notável. O raciocínio matemático, conforme tenho observado cada vez mais, é um raciocínio supra lúcido que se torna interessante à medida que necessita de recursos expressionais tão ou mais numerosos do que aqueles que a lógica dispõe. Eu diria que a argumentação matemática é econômica no sentido de que trabalha com uma conversação não muito volúvel – e é aí que se revela uma tarefa árdua porém bela.
Parece natural que eu, como estudante de engenharia, fosse de certa forma poupado de alguns contorcionismos matemáticos. Entretanto, tive a oportunidade – e é aqui que entra uma longa discussão – de ter um professor que exigisse dos alunos da engenharia uma compreensão tal qual a dos alunos de matemática. Nas universidades, há ainda resistência quanto ao professor precisar esmiuçar as conclusões matemáticas (como, por exemplo, na demonstração de teoremas) para estudantes de engenharia e outros cursos com enfoque mais prático e aplicado.
“Oportunidade” pode parecer um predicado um tanto elogioso para o meu ocorrido, ainda mais para quem teve que aprender o passo a passo puramente abstrato das demonstrações. E, apesar de ter conseguido a aprovação, não posso dizer que não tive percalços. Apesar de sempre ter tido um bom raciocínio para a Matemática, nunca me considerei um grande expoente escolar nessa área (apesar de a paixão por ela sempre ter sido companheira fiel). Talvez antes fosse um escritor, mas sabemos bem o grau de liberdade que temos no amor.
As dificuldades me atropelavam no início, quando ainda não estava habituado a algumas malícias do Cálculo. Aos poucos fui adquirindo ofeeling necessário para poder discuti-lo sem me sentir acuado. Ao mesmo tempo, minha veia didática me fez perceber, dentro do universo do cálculo e no convívio com os colegas de classe, as conceituações mais complicadas de se aprender e também de se ensinar – e quando vi, já estava ensinando. Sei que ainda falta bastante para que eu possa me sentir grande, mas já é o suficiente para que eu me sinta crescendo.
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*Título de um livro que quero escrever, baseado na minha história de superação, aliada a minha preocupação em trabalhar para ajudar a fornecer um livro-texto que sirva não de base, mas de apoio secundário a estudantes, especialmente aos de engenharia.
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