Eletricidade contra poluição
Na Europa e nos Estados Unidos, os combustíveis fósseis parecem não ter mais vez. Carros elétricos passaram a tomar as ruas, postos de gasolina estão dando lugar a centros de recarga e tomadas estão invadindo os estacionamentos. Essa realidade ainda não pode ser vista no Brasil. Mas, se depender de alunos e professores das principais universidades do Rio, essa é somente uma questão de tempo: UFRJ e Uerj estão investindo em pesquisas sobre veículos com motores movidos à eletricidade e, até 2012, alunos do Fundão já devem ver o primeiro veículo utilitário elétrico da universidade circular pelo campus.
A ideia surgiu no fim de 2010 quando foi criada a Equipe Sparta Veículos Elétricos, formada por professores e alunos de vários cursos da UFRJ, como Engenharia Mecânica, Elétrica e Desenho Industrial. O carro terá dois lugares, baterias de 154 kg e sistema de freio regenerativo, além motores elétricos importados. A equipe estima que o veículo consiga alcançar a velocidade de 70 km/h.
"Carros elétricos representam uma solução para os problemas ambientais e energéticos pelos quais o mundo atravessa e acreditamos que sua participação será crescente nos próximos anos, seja na forma puramente elétrica ou híbrida", conta Rafaela Moraes, responsável pelo planejamento da equipe.
A aposta nos veículos elétricos como alternativa aos problemas ambientais causados pela queima de combustíveis fósseis também motivou iniciativas como a do Laboratório de Sistemas de Propulsão Veicular e Fontes Eletroquímicas, da Faculdade de Engenharia da Uerj, que faz estudos com veículos elétricos desde a década de 90. Além de atuar no desenvolvimento de pesquisas sobre a tecnologia veicular elétrica, pesquisadores e alunos do laboratório, coordenado pelo professor Luiz Artur Pecorelli, também são engajados na busca por instrumentos que facilitem a implantação de veículos elétricos no país.
"Um dos empecilhos é decorrente da atual carga tributária IPI, ICMS e IPVA incidente sobre veículos elétricos ser bem superior a dos veículos convencionais, à combustão interna. As normas em vigor acabam por inviabilizar a introdução destes veículos no mercado", defende Pecorelli.
O último trabalho desenvolvido pelo grupo, juntamente com alunos do Cefet, foi converter uma Kombi em veículo elétrico. Ela tem 20 baterias que alimentam o motor e atinge até 80 km/h.
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