Matemática
Por enquanto, só existe um jeito: pegar um livro de matemática, um caderno e um lápis e desenhar as figuras, escrever os números e as letras, fazer as contas, raciocinar. (Há bons livros didáticos, e baratos, em sebos.) Quem tirou notas baixas de matemática na escola (ou ainda tira notas baixas) vai achar difícil de engolir, mas qualquer um aprende matemática - caso participe e caso estude no seu ritmo. Uns demoram mais, outros menos, mas quem participe aprende. Vale a pena?
Quem estuda matemática ganha um ótimo passatempo, mais divertido do que programa de TV malfeito - e mais útil. Fica mais fácil entender a conta de luz, com seus quilowatts-hora, e os computadores, com sua lógica, e os relatórios do governo, com suas ilações estatísticas, e o holerite, com seus descontos e impostos. Fica mais fácil entender o que dizem físicos, biólogos, meteorologistas, químicos, médicos, engenheiros, economistas, gente boa e vigaristas. Quem estuda matemática compreende o mundo melhor.
Principalmente, quem estuda matemática ganha o direito a uma ótima herança. Matemática não envelhece nem apodrece. Uns 540 anos antes de Cristo, Pitágoras, um matemático grego, provou um teorema: num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos. Quem desenha a figura acima, e estuda suas linhas e ângulos e quadrados, manuseia uma criação criação humana uns 2.200 anos mais antiga que o mosteiro de São Bento, o prédio mais velho da cidade de São Paulo (de 1634). Quem estuda matemática tira vantagem do trabalho realizado por milhares dos nossos antepassados.
Márcio Simões
Editor da Revista Cálculo.
Editor da Revista Cálculo.
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